Pr. Josué Gonçalves é terapeuta familiar, pastor sênior do Ministério
Família Debaixo da Graça - Assembleias de Deus em Bragança Paulista –
SP, bacharel em teologia, com especialização em aconselhamento
pastoral e terapia de casais, exerce um ministério específico com
famílias desde 1990. Ver outros artigos da coluna: Família
A construção de um casamento
começa no namoro. Sempre digo nas minhas palestras que namorar é para
casar e casar é para namorar. No mês dos namorados (junho), é muito
oportuno refletir sobre casamento. Falar de casamento é falar de um
modelo adulto de intimidade, de uma espécie de separação (deixa) e união
(une-se) que faz parte do modelo adulto da nossa estrutura. Procriação,
sobrevivência da espécie, dependência e complementação no outro,
fundem-se em um único intuito e conduzem o ser humano através dos tempos
a uma economia sócio-comportamental ideal: a família. Segundo o Dr.
Carl A. Whitaker, para compreender o que significa casamento, é
necessário ter alguma ideia do que é o ser humano, do que é o indivíduo,
antes de se unir a alguém e quais são os aspectos funcionais da união.
Em sua participação no congresso internacional, realizado pela Sociedade
Italiana de Terapia Familiar, em Roma-Itália, ele diz:
“É óbvio pensar que o ser humano sofre
de uma deficiência, do ponto de vista biológico: sozinho, não tenho
possibilidade de continuar no tempo, sou excluído. Sou um deficiente
porque não tenho seios, nem vagina. Não posso me reproduzir. Essa
deficiência faz parte do background funcional do intenso desejo pelo
outro. Se eliminarmos, por um momento, o instinto de reprodução,
perceberemos que o meu problema é ser incompleto. Faltam-me componentes
que são parte da minha necessidade biológica. Consequentemente, o que
está por trás do casamento é que eu sou um indivíduo em que falta alguma
coisa”.
Apesar das crises entre os casais, as
estatísticas epidemiológicas demonstram que as pessoas casadas vivem
melhor, sob qualquer ponto de vista, do que as pessoas divorciadas ou
viúvas. Isso vale para o índice de mortalidade, drogas, alcoolismo,
estado de defesas imunológicas, número de infartos, câncer, suicídios,
etc. Também nas pesquisas sobre satisfação da própria vida, sobre
dedicação e sucesso profissional, as pessoas casadas têm resultados
melhores do que as pessoas sem parceiros. Diante desta constatação,
posso afirmar que o casamento ainda vale a pena.
O casamento pode ser uma das
experiências mais gratificantes na vida. Isto porque, casar é decidir
amar alguém de forma muito especial e juntos construírem uma história
digna de ser contada. Como terapeuta de casais, minha esperança é que as
pessoas compreendam que é possível permanecer casado e feliz, basta
tomar as decisões certas.
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